TDI: descubra o que é e como ele afeta as pessoas
Bastante retratato no cinema, o TDI afeta cerca de 1,5% da população mundial.
Recentemente, as buscas pela expressão TDI aumentaram drasticamente, devido à reportagem especial do Fantástico que foi ar no domingo (20), mostrando casos como o de Giovanna Blasi, que convive com 18 identidades.
Segundo ela, cada identidade possui sua própria personalidade, trejeitos, formas de falar, gostos, objetivos, enfim, vivências diferentes.
Porém, é importante dizer que o tema não é recente, e que vem sendo retratado em grandes títulos do cinema como Clube da Luta e Fragmentado.
A seguir, vamos te explicar o que é o TDI, suas características, diagnósticos e se há cura para o transtorno.
O que é TDI?
Muito retratado em filmes e programas de TV, o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), anteriormente conhecido como Transtorno de Personalidade Múltipla, é uma condição psicológico bem complexa, onde o indivíduo possui uma ou mais personalidades, também conhecidas como “alter-egos”.
Acredita-se que hoje, cerca de 1,5% da população global seja afetada por esse transtorno, embora os dados ainda sejam escassos, de acordo com a publicação realizada na National Library of Medicine.
Nesse sentido, os alter-egos podem ter características, memórias, estilos de fala e comportamentos únicos, que inclusive o próprio indivíduo não entende como uma continuidade da sua personalidade padrão.
Assim, a pessoa que sofre com TDI pode apresentar, ao estar sobre o domínio de outra personalidade, sintomas como alterações de humor, mudanças no modo de agir, na percepção e até mesmo na fala.
Nesse sentido, o transtorno é considerado uma forma extrema de dissociação, ou seja, uma desconexão temporária ou descontinuidade na percepção, memória, identidade ou consciência de alguém.
Principais características do TDI
Sabendo que o transtorno é uma condição que traz vários conceitos e debates na comunidade médica e de psicologia, é essencial conhecer as principais características que permeiam este transtorno.
A primeira delas são os alter-egos, pois as pessoas com TDI podem alternar entre diferentes identidades, muitas vezes sem ter consciência das ações realizadas por eles. Assim, cada identidade pode ter seu próprio nome, gênero, idade, voz e perspectivas únicas.
Utilizando o exemplo de Giovanna, ela convive com Momô, que ela relata como uma criança, assim como também convive com Ariel, que é um excelente organizador, e com Dandara, que é a protetora.
Além disso, outra característica do TDI é a amnésia dissociativa. Quando uma personalidade está “sem controle”, as outras podem experimentar amnésia em relação ao que aconteceu neste período, o que pode causar confusão e dificuldade em lembrar de eventos passados.
Inclusive, um dos pontos importantes sobre o transtorno é que ele surge como uma forma de lidar com traumas graves e abusos na infância, onde as diferentes identidades podem servir como mecanismo de defesa, permitindo que o indivíduo se afaste de memórias dolorosas.
E quanto aos sintomas, eles podem variar ao longo do tempo. Algumas personalidades podem ser mais ativas em determinadas situações ou períodos de estresse, enquanto outras podem estar mais presentes em momentos de tranquilidade.
Principais sintomas
Assim como outros transtornos, o TDI pode incluir vários sintomas, como por exemplo:
- Ausência de uma única identidade, ou seja, existe mais de uma personalidade, com suas características, formas de pensar e agir que são bem características de cada alter-ego;
- Falta de identificação com o próprio corpo, ou ainda, a sensação de que ele pertence a outra pessoa;
- Variações constantes no comportamento, opiniões e atitudes, que se baseiam em cada alter-ego;
- Falhas e lapsos na memória, especialmente sobre eventos e situações passadas;
- Sensação de estranheza e de que nada é real;
- Dissociação, como se o indivíduo estivesse separado do corpo;
- Alterações visuais e sensitivas, como ouvir vozes e outros tipos de alucinações.
Aqui, devemos destacar que estes sintomas são apenas um norte, e que eles devem ser investigados por um médico psiquiatra e/ou psicólogo.
Como é o diagnóstico?
Para alguns psiquiatras, o TDI, tal como outros transtornos psiquiátricos, são relacionados com predisposição genética, associado a eventos traumáticos que possam gerar gatilhos, e assim, fazer com que o transtorno tome forma.
Quanto ao diagnóstico, ele deve ser feito através de avaliação clínica com um médico psiquiatra, já que não existem exames ou diagnósticos por imagem que determinem a presença do transtorno.
Assim, o psiquiatra avalia os sintomas e verifica a existência de outras doenças psiquiátricas e neurológicas, tal como o uso de substâncias que possam causar os sintomas.
Mas afinal, existe cura para esse transtorno?
Infelizmente, o TDI não tem uma cura, porém, os sintomas podem ser minimizados com o tratamento indicado pelo psiquiatra, que visa transformar as personalidades em uma só.
Além da psicoterapia, é necessário que o uso de medicamentos psicotrópicos seja feito para aliviar os sintomas.
Para ter acesso a mais conteúdos como esse, acompanhe os nossos artigos e notícias diárias!