SAÚDE

Esporotricose: conheça a doença transmitida por gatos

Conheça a doença transmitida por gatos que está descontrolada no país e preocupa os médicos

A esporotricose, uma doença causada pelo fungo Sporothrix sp., pode não ser um termo amplamente reconhecido, mas sua relevância e impacto não podem ser subestimados.

Esta condição, que afeta tanto seres humanos quanto animais, pode assumir desde formas mais simples, como lesões na pele, quanto formas mais graves, que afetam o sistema linfático, ossos e pulmões.

Para entender mais sobre a doença e sobre o porquê ela é tão preocupante, acompanhe este artigo até o final.

O que é a esporotricose?

A esporotricose é uma doença infecciosa causada por um tipo de fungo conhecido como Sporothrix sp., e é encontrado especialmente em solos ricos em matéria orgânica e vegetal em conservação.

Quando uma pessoa entra em contato com o fungo, geralmente por meio de algum ferimento na pele ou semelhante, ele pode causar infecções e lesões na pele.

De acordo com o infectologista Flávio Telles, coordenador do Comitê de Cicotologia da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da UFPR, a doença está “descontrolada” no Brasil.

Com registros de avanços em alguns estados do Brasil, também foram registrados casos na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e no Chile.

Somente em maio deste ano, os casos da doença tiveram uma alta de 260% ao longo dos 10 últimos anos. Ao total, haviam 579 ocorrências em 2013, e no ano passado, foram registrados 1518 até o final do ano.

Nesse sentido, a doença pode ser transmitida para seres humanos de várias maneiras, sendo a mais comum o contato direto com materiais contaminados, como solos, plantas e até mesmo espinhos de roseiras.

Aqui no Brasil, a transmissão ocorre principalmente por meio de cães e gatos infectados pelo fungo, que podem transmitir para seus donos por meio de arranhões ou cortes, ou ainda, pelo contato com gravetos, farpas e espinhos contaminados.

Tipos da esporotricose

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, a esporotricose é uma doença que pode se apresentar em 4 tipos, sendo eles:

  1. Esporotricose cutânea, onde a doença se caracteriza pela presença de uma ou várias lesões na pele, geralmente nas mãos e nos braços.
  2. Esporotricose linfocutânea, que é a forma mais comum, se manifesta por pequenos nódulos na camada mais profunda da pele, acompanhando a trajetória do sistema linfático.
  3. Esporotricose extracutânea, que é o tipo que se espalha para outras partes do corpo, como ossos, mucosas e outras áreas, sem afetar diretamente a pele.
  4. Esporotricose disseminada, que é a forma mais grave da doença e se espalha por vários órgãos e sistemas do organismo, incluindo pulmões, ossos, fígado e sistema nervoso.

Aqui, é importante destacar que o fungo pode invadir o sistema linfático, afetando os olhos, nariz e pulmões.

Pessoas com condições médicas que debilitam o sistema imunológico, como HIV, diabetes e outras condições imunossupressoras, correm maior risco de desenvolver as formas mais graves da doença.

Sintomas da doença

Em animais de estimação, como cães e gatos, a doença pode se manifestar por meio de sintomas muito específicos, como feridas na pele, geralmente com pus, que não cicatriza, e tendem a se desenvolver rapidamente.

Nos seres humanos, a doença se manifesta após a exposição ao fungo na pele. No estágio inicial da doença, as lesões são bem parecidas com uma picada de inseto, e podem curar-se espontaneamente.

Porém, quando ela atinge formas mais graves, ela pode afetar os pulmões, gerando sintomas como tosse, falta de ar, dor ao respirar e febres.

Quando ela afeta os ossos e articulações, é possível notar sintomas como inchado e dor durante os movimentos, podendo ser confundida com quadros de artrite infecciosa.

Porém, é importante lembrar que as formas da doença e seus sintomas variam dependendo dos fatores individuais, como o estado do sistema imunológico e a profundidade da lesão.

Métodos de prevenção

O Ministério da Saúde enfatiza a importância de medidas preventivas para evitar a exposição ao fungo. Assim, é recomendado que as pessoas adotem precauções como o uso de luvas e roupas de mangas longas ao lidar com o solo e plantas, assim como o uso de calçados adequados.

Além disso, se você notar qualquer um dos sintomas listados neste artigo, você deve procurar atendimento médico para identificar as lesões, o que é fundamental para o diagnóstico e tratamento precoce.

Mas, além disso, o Ministério da Saúde também recomenda que os bichinhos com suspeita da doença não sejam abandonados, e que o corpo de animais que faleceram com a doença não seja descartado no lixo ou terrenos abandonados.

Por fim, destacamos que a esporotricose é tratável tanto em humanos quanto em animais, e o tratamento inclui o uso de medicamentos antifúngicos, o qual deve ser orientado por um profissional de saúde.

A duração do tratamento pode variar de 3 a 6 meses, podendo se estender até 1 ano, dependendo do quadro de saúde de cada um.

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