Bem-estar

Uso da tela na saúde mental dos adolescentes: o que fazer?

Saiba quais são os principais impactos do uso da tela na saúde mental dos adolescentes e como prevenir e lidar com esse problema.

O uso da tela na saúde mental dos adolescentes é um tema que vem ganhando cada vez mais relevância na sociedade atual.

Afinal, a tecnologia faz parte do cotidiano dessa geração, que nasceu e cresceu em meio a dispositivos digitais como smartphones, tablets, computadores e televisões.

Mas será que esse contato excessivo com as telas pode trazer consequências negativas para o desenvolvimento e o bem-estar dos jovens?

Diante disso, vamos abordar os principais impactos do uso da tela na saúde mental dos adolescentes, bem como algumas dicas de como prevenir e lidar com esse problema.

O uso da tela na saúde mental dos adolescentes?

Um estudo da Sociedade Brasileira de Urologia de 2020 mostrou que vários aspectos relacionados à saúde física e mental dos estudantes apresentaram uma piora durante a pandemia da Covid-19.

Nesse sentido, um dos fatores que mais chamou a atenção foi o aumento do uso de telas por crianças e adolescentes.

Entre jovens de 12 a 18 anos, por exemplo, a utilização de tecnologias digitais por mais de seis horas diárias passou de 17,39%, antes da pandemia, para 59,4%.

Outra pesquisa, realizada pela Universidade de São Paulo (USP), revelou que o uso excessivo de redes sociais está associado a sintomas de depressão, ansiedade, estresse e baixa autoestima em adolescentes.

Segundo os pesquisadores, as redes sociais podem gerar uma comparação social negativa, uma exposição a conteúdos inadequados, uma perda de privacidade e uma dependência comportamental2.

Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o vício em jogos eletrônicos na classificação das doenças mentais em 2019.

O problema foi comparado aos casos de dependência química, já que as consequências mentais e físicas são bem semelhantes aos efeitos que as drogas ilícitas causam no organismo de um jovem.

Quais são os principais impactos do uso da tela na saúde mental dos adolescentes?

O uso da tela na saúde mental dos adolescentes pode trazer diversos impactos negativos, tais como:

  • Isolamento social: os jovens que passam muito tempo conectados podem se afastar das relações interpessoais presenciais, perdendo oportunidades de desenvolver habilidades sociais, afetivas e emocionais.
  • Privação de sono: os adolescentes que usam as telas à noite podem ter dificuldades para dormir, pois a luz emitida pelos dispositivos interfere na produção de melatonina, o hormônio do sono. A falta de sono adequado pode prejudicar o rendimento escolar, a memória, a concentração, o humor e a saúde física.
  • Problemas de visão: o uso prolongado de telas pode causar fadiga visual, irritação, vermelhidão, secura, coceira e dor nos olhos, além de aumentar o risco de miopia, astigmatismo e outros distúrbios visuais.
  • Obesidade: os jovens que ficam muito tempo sentados em frente às telas tendem a ter uma alimentação inadequada, rica em alimentos industrializados, açucarados e gordurosos, e a praticar menos atividades físicas, o que pode levar ao excesso de peso e a doenças associadas, como diabetes, hipertensão e colesterol alto.
  • Baixa autoestima: adolescentes que se comparam com as imagens irreais e idealizadas que veem nas redes sociais podem desenvolver uma insatisfação com a própria aparência, o que pode afetar a autoconfiança, a autoestima e a autoimagem.
  • Depressão e ansiedade: os jovens que usam as telas de forma excessiva e compulsiva podem apresentar sintomas de depressão e ansiedade, como tristeza, desânimo, apatia, irritabilidade, medo, nervosismo, insegurança e angústia.

Como prevenir e lidar com o uso da tela na saúde mental dos adolescentes?

Para prevenir e lidar com o uso da tela na saúde mental dos adolescentes, é importante que os pais, os educadores e os profissionais de saúde estejam atentos aos sinais de alerta, como mudanças de comportamento, queda no rendimento escolar, isolamento, irritabilidade, tristeza, insônia, entre outros.

Além disso, é fundamental que haja um diálogo aberto e uma orientação sobre os riscos e os benefícios da tecnologia, bem como uma negociação de limites e regras para o uso das telas. Algumas dicas que podem ajudar nesse sentido são:

  • Estabelecer horários para o uso das telas, evitando que os jovens fiquem conectados por mais de duas horas por dia, conforme recomenda a Sociedade Brasileira de Pediatria.
  • Incentivar os jovens a praticarem atividades físicas, artísticas, culturais e de lazer, que promovam o bem-estar físico e mental, além de estimular a criatividade, a socialização e a diversão.
  • Evitar o uso de telas no quarto, principalmente à noite, para favorecer um sono de qualidade e um ambiente tranquilo e relaxante.
  • Monitorar o conteúdo acessado pelos jovens nas redes sociais e nos jogos eletrônicos, verificando se há alguma exposição a situações de violência, bullying, cyberbullying, assédio, pornografia, apologia às drogas, entre outras.
  • Promover momentos de convivência familiar, sem a interferência das telas, para fortalecer os vínculos afetivos, a comunicação, a confiança e o apoio mútuo.
  • Buscar ajuda profissional, como psicólogos, psiquiatras ou terapeutas, caso os jovens apresentem sinais de vício em telas ou de transtornos mentais relacionados ao uso excessivo da tecnologia.

Assim, vemos que o uso da tela na saúde mental dos adolescentes é um assunto que merece atenção e cuidado, pois pode trazer sérias consequências para o desenvolvimento e o bem-estar dos jovens.

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