Você sabe o que é a ‘doença do beijo’ ou mononucleose? Saiba mais
Você sabe o que é mononucleose, a qual também é conhecida por “doença do beijo” ou “febre glandular”? Caso a resposta seja ‘não’, fique tranquilo que nós iremos explicar!
O que é a ‘doença do beijo’ ou mononucleose?
Pois bem, mononucleose é uma infecção viral que causa febre, dor de garganta e aumento dos gânglios linfáticos, especialmente no pescoço.
Ela é causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), que pertence à família dos herpesvírus. Tal infecção é mais comum em adolescentes e adultos jovens, mas pode afetar pessoas de qualquer idade.
A mononucleose é transmitida principalmente pelo contato com a saliva de uma pessoa infectada, por isso é chamada de doença do beijo. No entanto, também pode ser transmitida por outros fluidos corporais, como o sangue, o sêmen e as lágrimas.
Quais os principais sintomas da mononucleose?
Os sintomas da mononucleose podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:
- Febre, que pode ser alta e durar até duas semanas
- Dor de garganta, que pode ser severa e causar dificuldade para engolir
- Aumento dos gânglios linfáticos no pescoço, nas axilas e na virilha
- Fadiga, que pode persistir por semanas ou meses após a infecção
- Dor de cabeça, perda de apetite e náusea
- Erupção cutânea, que pode ocorrer em algumas pessoas, especialmente se tomarem antibióticos como a amoxicilina
- Esplenomegalia, que é o aumento do baço, que pode causar dor no lado esquerdo do abdômen e aumentar o risco de ruptura do órgão em caso de trauma
- Hepatomegalia, que é o aumento do fígado, que pode causar icterícia (pele e olhos amarelados) e alterações nos exames de sangue
Os sintomas da mononucleose costumam aparecer de quatro a seis semanas após a exposição ao vírus, mas podem variar de duas a 12 semanas.
A maioria das pessoas se recupera completamente em um a dois meses, mas algumas podem ter sintomas persistentes por mais tempo.
Diagnóstico da doença do beijo
O diagnóstico desta infecção é feita com base nos sintomas, no exame físico e em alguns exames de sangue. Os exames de sangue podem incluir:
- Hemograma completo, que pode mostrar um aumento do número de leucócitos (glóbulos brancos), especialmente dos linfócitos, que são as células de defesa do organismo. Alguns linfócitos podem ter uma aparência atípica, chamados de linfócitos atípicos.
- Teste de anticorpos heterófilos, que é um teste rápido que detecta a presença de anticorpos produzidos pelo organismo em resposta ao EBV. Esse teste pode ser negativo nas primeiras semanas de infecção ou em crianças menores de cinco anos, por isso pode ser necessário repeti-lo ou fazer outros testes mais específicos.
- Teste de anticorpos contra o EBV, que é um teste que mede os níveis de diferentes tipos de anticorpos contra o vírus, como o IgM e o IgG. Esse teste pode ajudar a diferenciar uma infecção recente de uma infecção antiga ou uma reativação do vírus.
- Teste de PCR para o EBV, que é um teste que detecta o material genético do vírus no sangue ou em outros fluidos corporais. Esse teste pode ser útil em casos de suspeita de mononucleose grave ou complicada, como em pessoas imunossuprimidas.
Como se dá o tratamento?
Não existe um tratamento específico para a mononucleose, pois o vírus não é sensível aos antibióticos. O tratamento é baseado no alívio dos sintomas e na prevenção de complicações. Algumas medidas que podem ajudar são:
- Repouso, que é importante para a recuperação do organismo e para evitar o esforço físico excessivo, que pode aumentar o risco de ruptura do baço
- Hidratação, sendo essencial para manter o equilíbrio dos líquidos e dos eletrólitos no organismo e para prevenir a desidratação causada pela febre e pela dor de garganta
- Analgésicos e antitérmicos, os quais podem ser usados para aliviar a dor, a febre e a inflamação. Os medicamentos mais indicados são o paracetamol e o ibuprofeno, que devem ser tomados com cautela e seguindo as orientações médicas. O ácido acetilsalicílico (aspirina) deve ser evitado, pois pode causar sangramentos e síndrome de Reye em crianças e adolescentes.
- Anti-inflamatórios esteroides, que podem ser prescritos em casos de mononucleose grave ou complicada, como em pessoas com obstrução das vias aéreas, anemia hemolítica ou trombocitopenia. Esses medicamentos devem ser usados sob supervisão médica e por um período curto, pois podem causar efeitos colaterais.
- Antivirais, que podem ser usados em casos de mononucleose causada por outros vírus que não o EBV, como o citomegalovírus ou o vírus do herpes simples. Esses medicamentos podem reduzir a duração e a gravidade dos sintomas, mas devem ser iniciados o mais cedo possível e seguindo as orientações médicas.
Prevenção da mononucleose
A prevenção da mononucleose é difícil, pois o vírus é muito comum e pode ser transmitido por pessoas assintomáticas ou que já se recuperaram da infecção. No entanto, algumas medidas que podem reduzir o risco de contágio são:
- Evitar o contato íntimo com pessoas que tenham sintomas de mononucleose ou que estejam em fase de recuperação
- Evitar compartilhar objetos pessoais, como copos, talheres, escovas de dentes ou batons, que possam estar contaminados com saliva
- Lavar as mãos com frequência, especialmente antes de comer ou de tocar no rosto
- Manter uma boa higiene bucal, escovando os dentes e usando fio dental diariamente
- Fortalecer o sistema imunológico, mantendo uma alimentação saudável, praticando atividades físicas moderadas, dormindo bem e evitando o estresse
Até o momento, não existe uma vacina contra o EBV, mas há pesquisas em andamento para desenvolver uma.
Diante disso, uma vacina eficaz poderia prevenir não só a mononucleose, mas também as doenças associadas ao vírus, como alguns tipos de câncer e doenças autoimunes.